Como as cidades inteligentes usam desse recurso para promover a transparência, o controle e a eficiência dos gastos públicos com a participação do cidadão.
A gestão adequada das cidades é um desafio urgente imposto pelo crescimento urbano e, uma das propostas para enfrentá-lo é com o desenvolvimento de “soluções Smart Cities”, que usam a Tecnologia da Informação e Comunicação para tornar mais eficientes os serviços e a infraestrutura, processando e sincronizando todos os dados urbanos relevantes.
Atualmente, 53% da população mundial vive em áreas urbanas, que recebem mais de um milhão de novos habitantes por semana. Até 2050, serão 70%. No Brasil, de acordo com o censo demográfico de 2012, 80% dos brasileiros vive nas cidades.
Nos próximos dias 21 e 22 de junho, São Paulo receberá o Connected Smart Cities 2017, no Centro de Convenções Frei Caneca, que tem o objetivo de debater iniciativas para tornar as nossas cidades mais inteligentes e conectadas.
A organização World Foundation for Smart Communities possui a seguinte definição para uma Cidade inteligente: “A Comunidade Inteligente é aquela que fez um esforço consciente para usar a tecnologia da informação para transformar a vida e o trabalho dentro de seu território de forma significativa e fundamental, em vez de seguir uma forma incremental”.
Com base nisso, no dia 21 de junho, durante os painéis que falaram sobre Cidades Participativas e Engajadas serão debatidos os diversos desafios existentes para proporcionar um desenvolvimento sustentável, a inclusão sócio-territorial e a gestão inteligente nas cidades.
De acordo com a palestrante Danielle Morais Andrade, Gerente de Projetos do Instituto CESAR, a importância de estimular cidades cada vez mais participativas consiste na premissa de que: “a cidade é essencialmente seus cidadãos e, sendo assim, é imprescindível a participação do indivíduo (end user) desde a discussão sobre o que são os problemas a serem resolvidos e/ou priorizados, como na co-criação das soluções”.
Durante o painel “Como promover a participação e o engajamento nas cidades”, que acontece às 16h30, alguns dos assuntos abordados será o Design Colaborativo para ideação e prototipação de intervenções urbanas lúdicas. Para Danielle, a relevância de promover o design colaborativo no desenvolvimento de projetos e intervenções urbanas para cidades inteligentes se baseia em escutar, considerar e compreender os anseios das pessoas. “Citando e concordando com nosso pesquisador e urbanista Luiz Amorim, que diz que a cidade é um misturador de gente, o envolvimento do cidadão na busca de soluções para sua cidade é fundamental para o uso e sucesso dessas soluções, afinal são eles (nós) quem vão usufruir de tudo isso. Com a prática do design colaborativo é possível escutar e considerar os anseios das pessoas e entender o que é valor para elas. A inclusão do usuário final (cidadão) no processo de criação traz um sentimento de pertencimento e empoderamento que dá um sentido maior e valorização à solução final”, destaca.
Danielle, durante o painel, irá apresentar os resultados de um projeto de sucesso executado junto à Prefeitura da Cidade do Recife com incentivo do Governo Federal. “Neste projeto, conseguimos colocar em prática técnicas de design colaborativo envolvendo o cidadão na criação de artefatos lúdicos para sua cidade e, assim discutir este modelo, trocar experiências e quem sabe inspirar este modelo para ser replicado em outras cidades e em outros contextos”, afirma.
Eventos como o Connected Smart Cities são importantes para agrupar empresas e gestores públicos em busca de desenvolver cidades inteligentes no Brasil. A discussão sobre o que são cidades inteligentes deve ser ampla – não apenas focada em tecnologia, que é um meio e não o fim – e envolver vários stakeholders: iniciativa pública, privada e cidadão.
Sobre o CSC 2017
O Connected Smart Cities envolve empresas, entidades e governos em um evento que tem por missão encontrar o DNA de inovação e melhorias para cidades mais inteligentes e conectadas umas com as outras, sejam elas pequenas ou megacidades. A plataforma Connected Smart Cities engloba as seguintes vertentes: o desenvolvimento de um Ranking de Smart Cities do Brasil; um Prêmio que vai reconhecer as melhores iniciativas desenvolvidas para a melhoria de cidades; um Fórum que trará especialistas para a discussão dos principais temas relacionados ao desenvolvimento urbano; e uma Expo que contará com a exposição de empresas patrocinadoras do projeto e uma Rodada de Negócios onde as empresas compradoras e vendedoras terão a oportunidade de estabelecer relações e fazer negócios.